fbpx

Aconselha sempre – Mas dedica o teu tempo a quem realmente merece

Lavar cabeças a bu..os é gastar champô!

Por vezes relembro algumas dicas de pessoas que foram passando na minha vida. Um dia Jorginho, ex-colega de equipa e também ex-jogador do F.C. Porto, disse-me que em campo eu corria muito, mas que corria muito de forma errada. No fundo ele não me estava a trazer nenhuma novidade. Eu sabia que era verdade e lidava bem com isso, pois sabia que com aquela entrega e vontade podia chegar longe, como veio a acontecer. Podia e deveria mudar? Podia correr menos e melhor? Claro que sim. O problema é que não sabia como.

Pouco tempo depois, João Tomás e Paulo Santos, também ex-colegas meus de equipa, disseram-me que se um dia tivesse sorte iria sentir a diferença. Naquele momento, aquelas palavras não significaram nada, talvez conversa fiada, de “duas cobras velhas, rabugentas” (refira-se que gosto muito deles), que apenas queriam picar-me. Anos mais tarde vi o poder daquelas palavras. Sem dúvida que tive a sorte de poder ter sido treinado por bons treinadores, por poder ter partilhado balneário com jogadores incríveis, pessoas que me fizeram acreditar. Que me mostraram novos caminhos. Mais eficazes. E que no fundo me tornaram melhor jogador.

Desde aí, gosto de aconselhar. Nos dias de hoje talvez não seja a palavra mais bonita. Mas é isso que faço.

Já o fiz centenas de vezes. Faço-o há anos. Apoiado na prática mostro que existem outras escolhas para tudo o que fazemos, e quem sabe, novos resultados. Ou ainda, melhores resultados. O interesse de estudar sobre os temas e essencialmente a riqueza em lidar com muitas pessoas diferentes levaram-me muitas vezes a tentar agir com qualquer um que merecesse a minha atenção. Falar essencialmente com colegas meus e apresentar-lhes uma proposta. Algo que os pusesse a refletirem.

Cada vez que o fazia sentia-me bem, durante anos acreditei que era possível “tocar em todos”!

Há pouco tempo atrás acreditava que poderia contrariar uma tendência que já vinha a verificar – na prática, e tendencialmente após algum tempo os comportamentos não alteravam assim tanto. Vi que a maior parte das vezes aquilo não funcionou. Vi que afinal há pessoas que não querem mudar. Estão bem assim.

A riqueza disto tudo é que depois de muitos anos decidi que não vou gastar mais dinheiro em champô. O segredo está em encontrar as pessoas que no fundo querem conhecer outros caminhos, que precisam apenas de um empurrão.

E no teu caso, no seio da tua equipa de trabalho, como tens lidado com esta questão?

No livro ‘A Minha Causa‘ e nas palestras motivacionais que aplico em empresas, estes são temas que requerem um análise profunda, fundamentada com exemplos reais que me tocaram nos mais de 15 anos que apresento como futebolista profissional.